02/02/2019 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 1524
Sempre acordo assustado,
pois o medo mora ao lado
e não há lugar seguro.
Quem nos permite o futuro?
O silêncio das esquinas
nos espreita o coração.
Mãos cheias de dedos e de facas.
Bares cheios de facas.
Lares cheios de facas.
Até nos ventres
as facas silenciam o sono dos inocentes.
Já não há lugar seguro.
Deus, onde eu posso dormir
para resguardar o maior bem da vida?
Deus, nem os filhos que não tive
estão em segurança!
Já não há lugar seguro.
Quem nos permite o futuro?
(Lúcia luta pela vida...
Lua clareando os caminhos na escuridão.)
Meu verso agora é bandeira
é grito desesperado
é sangue virgem abortado
é sangue virgem t-r-u-c-i-d-a-d-o
por mãos irresponsáveis.
Meu verso agora é criança
que não viu a luz do sol.
Verso jogado fora na hora da criação.
Vida que feneceu antes do nascer do sol.
Lábios vaginais abrindo-se em rejeição
aos Cristos sacrificados sem a chance de defesa.
Cristos crucificados
pela falsa moralidade social.
Cristos crucificados
por desejos carnais impensados.
Cristos crucificados.
Meninos servidos em bandejas.
Cristos crucificados.
Via crucis em ventres maternos.
Oh! Pilatos da modernidade,
lavem, agora, as mãos nos esgotos dos hospitais.
Já não há lugar seguro
e quem nos permite o futuro?
* Primeiro lugar no Concurso de Poesia
V- Semana Universitária, com a poesia
“Cristos Crucificados”, promovido
pela UFPI, Campos de Picos.
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