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  • RIOS DI-VERSOS EM UMA POÉTICA ATEMPORAL

    data da publicação 25/12/2018 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 330

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    Foto: Capa feita por Mundica Fontes para o livro O Caçador de Passarinhos de Vilebaldo Rocha



         Eternizam-se, na literatura de Vila, as imagens de um tempo, de uma cidade. É uma poesia crivada na pedra, nos rincões onde ninguém mais habita, nas encostas de morros, nos picos, e, em páginas maiores, no regaço, no leito e no íntimo do Rio Guaribas.

                            Moram no Rio as memórias quase arrastadas pelo descaso, arrasadas pelas desordenadas povoações, pelo lixo depositado em um cofre sagrado que, à ótica dos incrédulos, não seria jamais aberto. Engano! Eis “O grande morto insepulto. Que incha e geme e dança no caixão...”

                            Mas as memórias do Guaribas não esbarram na denúncia social (vertente explosiva neste poeta), elas têm um encanto de sentimento além, é quase uma relação sexual, a areia da memória parece forrar num tempo eterno a cama onde dorme o Rio, de onde pode despertar.

                            A cada piscar do poeta, a areia banhada de lembranças parece ser a alcova imaginária de um narrador apaixonado pela vida.

                            O Guaribas de Vila é um Rio sem tempo, é o mar da infância, é um fio em outras eras, é o vale de lixo plantado pela ignorância, é o Lázaro que se levanta, “encharcando barracos, casas, mansões, prédios, Vila e vidas...” é um rio sempre, é um rio... é o Rio!

                            Além do Rio, há outras paisagens, outras histórias.

                            A cidade é viva e é um “baú de memórias”, se configura como personagem quase central nos trilhos deste “Caçador de Passarinhos”. Passarinhos são os versos.

                            A relação de Vila com a Cidade, a moldura que ele projeta nessa tela, faz dos seus textos uma literatura meio telúrica. Em uma primeira leitura, parece limitar-se a isso, o que se desmistifica em textos mais cosmopolitas como “Poesia de Neon” (texto do 1o livro “Cacos de Vidro”), um perfil de Brasília, “A Poesia de Oscar”.

                            Essa amplitude de teor, essa visão multitemática, faz com que seus versos voem, ou pelo menos que Vila se adapte a novas gaiolas.

                            A poesia de Vila constrói, além de imagens, uma constante modernidade. Se o conteúdo é cíclico, volta sempre a permear. A forma se inova sempre, quer na disposição gráfica, no concreto de “FOME”, quer no visual de “Morto”, onde desenha as curvas do eterno Rio, mas inova, sobretudo na forma de dizer, de maneira nova, que parecem velhas. Afinal literatura não é, essencialmente, o que se diz, mas como se diz.

                            Eis aí uma inovação.

                            Eis aqui os “passarinhos”. Não tentem capturá-los, mas captá-los.

                            Eis aqui uma viagem em versos!

                            Eis aí... eis aqui o poeta, O poeta e seus vitrais!

                            Eis o Vila!!!

                                                                                      Carlos Eugênio Rêgo


     



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